segunda-feira, fevereiro 16, 2004

Fascínio

Quem me conhece sabe que desde há largo tempo tenho um fascínio especial pelo Brasil. Infelizmente só tive oportunidade de lá ir uma vez, já que a conta bancária nunca tem os euros suficientes para aquilo que a gente necessita, materialmente falando, quanto mais para a alimentação do espírito e da alma. Não sei se foi por eu começar a ler Jorge Amado desde muito novo, não sei se por ser apaixonado por Drumond de Andrade ou mesmo, pelo prazer tão frugal quanto é o de me sentar numa esplanada a olhar o Atlântico e a viajar “embarcado” numa caipirinha ao som de um forró, quando o mar está agitado, ou no embalo de uma bossa nova quando as ondas meigamente beijam a praia. “Sei que léguas tem a nos separar” e mesmo assim… ele fascina-me. Também será por isso que tenho muitos amigos brasileiros (mais amigas, é claro), que não dispenso quase todas as semanas uma feijoada com carne de sol e que, em casa, confecciono uma moqueca de camarão que costuma ser elogiada por todos. Infelizmente não sai tão boa como aquela moqueca caipixaba, mas vocês meus amigos até sabem que eu não sou muito de entrar na cozinha. Sou mais para a mesa. Pois vem este post a propósito de eu ter encontrado na net, através de um link (eu sou daqueles que navega ao sabor dos links), alguém que vive em Portugal, que eu não conheço pessoalmente, mas que já me habituei a ler. Uma brasileira que fala de Lisboa, com sotaque. E há no mundo sotaque mais bonito do que o que vem de onde o vento faz a curva?

PS. Decidi colocar na minha lista de links directos o Diário de Lisboa, para que os meus amigos brasileiros (e não só) que me visitam possam ler também esta prosa.

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