terça-feira, março 23, 2004

Lunch Time Blog

O espeto de pau de loureiro afiado. Implacável, um a um ía esventrando os pedaços. Alternadamente. Os suculentos cubos de lombo, o pimento, o toucinho, a cebola, o chouriço, o cubo de lombo, o pimento, o quadradinho de toucinho, a rodela de cebola, o chouriço, e uma vez mais, lombo, pimento, toucinho, cebola, chouriço. Depois foi colocar a espetada na grelha e roborizá-la. Rodá-la sobre si própria em movimentos como que pré-programados, sem deixar que a chama lhe lambesse as fronteiras. Apenas o calor para a fazer corar. No prato, os aromas dos legumes nas gorduras, quanto baste. Na boca, a delícia dos tacos de lombo a desfazerem-se. De vez em quando molham-se os lábios com um golinho de Esteva, Douro, DOC, 2000, rubi intenso, espuma rosada, de cheiro jovem e frutado e sabor macio. Depois calmamente umas cerejas. Em cama de água e gelo. Dois dedos de conversa. Duas cerejas. Um café. Hoje fumei um charuto. Não digo a marca porque não faço publicidade ao tabaco. Numa de pedagogia.

PS. Felizmente o Schubert não lhe reconheceu o cheiro. Afastou-se enquanto eu refastelado no sofá ouvia as últimas na TV. Vocês estão a imaginar eu a chegar a casa e encontrar o Schubert de Monte Cristo (ops… descaí-me) na boca a ver a Telejornal? Havia de ser bonito, havia…

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