terça-feira, junho 15, 2004

436. Momentos da Madeira – Obras

Um frigorífico para este senhor, uma máquina de lavar para esta senhora, para esta aqui um micro-ondas, ok, ok, um fogão em vez do micro-ondas. Esperem, acho que estou enganado, isto não é Madeira é Gondomar. Vou recomeçar, vamos lá ver se desta vez me saio bem. Os concelhos de Almada e do Seixal terão juntos, mais ou menos a mesma área da Madeira e também mais ou menos a mesma população da Madeira. Bem eu sei que estou a falar em mais ou menos, mas o rigor é inimigo da prosápia (anotem como uma máxima do PreDatado). Nestes dois concelhos, temos auto-estradas, estradas nacionais, variantes, comboio, autocarros e até vamos ter Metro. Mal comparado (cá está outro mais ou menos), a Madeira tem direito a ter as suas vias rápidas e os seus túneis. Acredito, sem ironia, que fazem falta às populações autóctones, já que a sua utilização pelos turistas lhes retira um bom bocado de Madeira. O Alberto João tem a Madeira transformada num imenso estaleiro. Ele é obras por tudo quanto é sítio. Dizem as más-línguas que com o dinheiro que lhes é enviado “por essa verborreia cooperativista de Lisboa”. As palavras entre aspas são do próprio Alberto João. Apesar de tudo ainda não vi os presidentes das Câmaras e Governadores Civis, respectivamente de Almada, Seixal e Setúbal, morderem da mesma forma na mão do dono que lhes dá de comer. As palavras que reproduzi acima (já sei que me vão perguntar: e o contexto? Mas também vos digo que o contexto não interessa para nada, pois seja ele qual for, utiliza sempre as mesmas frases), as palavras, dizia, foram proferidas durante a inauguração, na 5ªfeira passada, do novo túnel que liga a estrada da Eira do Serrado ao Curral das Freiras. Durante a referida inauguração, uma moradora, de ar humilde, e a modos que a pedir licença, Sr. Dr. que não quero ofender, mas sabe a minha casinha, sabe como é, não tem acessos, é uma miséria…’. ‘Ó secretário, aponte aí, uma estrada para esta senhora e rápido, ouviu?’. Pronto, mais um voto, o homem não desperdiça nada e, garantiram-me e eu acredito, a senhora terá a sua estrada. Pois Dr. Alfredo Monteiro, fique a saber que se quiser o meu voto nas próximas autárquicas, meta lá uma estação do novo metro na minha rua… ou então um micro-ondas.

PS. Concordo com a Batukada quando diz no seu blog, em postagem de hoje, que o post scriptum, é muitas vezes mais importante do que o texto. Eu estou totalmente de acordo com ela. No entanto, cabe-me esclarecer que o utilizo (quase a torto e a direito, já vos estou a ouvir), para fazer alguns apontamentos à margem do texto principal. Ora porque não se enquadra no espírito e conteúdo do texto mas que perderia a oportunidade se não fosse feito naquela altura ou porque não teria outra ocasião privilegiada para o fazer ou inserindo-o num texto que julgo poder ter “mais audiência”, ora porque complementa o texto mas não se sequencia, excepto se se abrir um longo parágrafo o qual faria o leitor perder o fio do texto principal. No primeiro ora, ou seja no primeiro caso, este próprio PS serve de exemplo. No segundo caso, os PS que eu abuso nos meus lunch time blogs, são dedicados, principalmente, ao Schubert o qual normalmente não frequenta os mesmos restaurantes que eu. Espero que a minha amiga virtual Batukada entenda os meus “apontamentos” como uma forma despretensiosa de querer fazer do PS uma postagem nova, mas acho que com um PS destes não a convenço. Aliás vou aproveitar para a felicitar pelo seu excelente blog.

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