segunda-feira, junho 21, 2004

451. Bom dia!

- Não te estou a reconhecer, disse-me ele quando o encarei esta manhã.
- Porquê? Estou diferente? – Perguntei meio espantado com a observação
- Costumas ter má cara quando te levantas, por isso estranhei.
- Parece que não me conheces, disse eu para o espelho, somos irmãos há 48 anos. Não sabes o que aconteceu ontem?
- Sei e tu sempre acreditaste, isso é verdade. Mas agora tira lá esse sorrisinho parvo e despacha-te que são horas.

Fiquei a pensar se o meu espelho seria daqueles que “têm uma garrafa de champanhe à espera, para festejar a derrota”. Mas rapidamente me desenganei. Ele está comigo. Baixei-me para pegar a espuma de barbear do armário e, quando me levantei, lá estava ele com uma bandeira portuguesa sobre os ombros. Olhou para mim e rematou:

- Haja o que houver daqui para frente, esta bandeira é e será sempre a nossa!


PS. A conversa não ficou por aqui, mas não vos quero importunar com um diálogo extenso e chato como costumam ser os diálogos com o meu espelho. Faço este apontamento apenas para referir que ele me pediu para vos desejar, um bom, um óptimo, um excelente dia!

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