sexta-feira, março 03, 2006

933. Lunch Time Blog, revisitado

Não minhas amigas leitoras e meus amigos leitores não é um retorno à série. Vós sabeis quanto eu gosto de comer e quanto eu gosto de um bom vinho tinto. Os que me leram em tempos de LBT, conhecem já quase todos os meus pratos preferidos e sabem como há dois anos atrás o Schubert, sim o meu gato siamês - fica apresentado para quem o não conhece - sempre entrava nas minhas narrações. O Schubert que deveria ter ganho um Oscar como “the best performance by an actor in a supporting role”, já que o seu dono e escriba deste blog nunca foi alvo tão pouco de uma nomeação nos diversos prémios que a blogosfera distribui (já agora e de passagem, Sr. Dr. Jorge Sampaio, não sobrou nenhuma condecoração por aí, para ser atribuída ao PreDatado?), dizia eu antes do parêntesis que o Schubert continua a protagonizar um dos principais papeis durante os meus almoços. Não lhe bastava falar sozinho, comentando o que eu comia e bebia, como agora dá em interromper os meus almoços para que seja eu a acompanhá-lo ao seu comedor. E está demasiado guloso, pois já não se contenta só com a sua ração normal, exigindo também uma guloseima da Gourmet Gold. Cá para mim o tipo sabe que eu sou louco por farófias, por uma laranja da baía, por uma encharcada, por uma torta de Azeitão, por um abacate com vinho da Madeira, por uma salada de papaia e manga, por um leite creme queimado a ferro fundido, por uma mousse de chocolate com Porto. E é por isso que não se quer ficar atrás. Hoje, nem a costeleta de porco preto grelhada, com salada (alface cortada miudinha, folha de cebolinho e alho, coentros, cebola cortada fininha às rodelas e orégãos, obviamente temperada de vinagre de vinho e azeite extra), ele me deixou comer sem eu ter que o acompanhar no seu repasto. Valeu que depois me sentei, sozinho – como aliás não gosto –, a saborear um Quinta da Rigodeira, reserva de 2003, com um sabor firme que fica na boca e um aroma misto de ameixa preta e cravinho e, se a leve constipação não me deixou o nariz trair, um ligeiro toque de menta. Bendita oferta.

PS1. Aquilo da condecoração, Dr. Jorge Sampaio, era a sério. Com tanta comenda e ordem distribuída mais uma, menos uma, não lhe irá custar assim tanto. Vá, lá!

PS2. Ninguém me pagou para referir a Gourmet aqui no post. Mas se o gato gosta o que é que eu hei-de fazer?

PS3. Atendendo ao PS2, estou aberto a um patrocínio publicitário.

PS4. Um desempregado também tem o direito de comer porco preto. Ou não?

PS5. Não se admirem se não fiz referência ao sal no tempero da salada ou ao finalizar o almoço com um Delta Timor, mas faz tempo que deixei o sal e o café. Manias de hipertenso…

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