sexta-feira, março 31, 2006

947. Brincar com palavras (ditas feias)

Ontem fui visitado por uma blogger, que desconhecia, e que me deixou comentário. Acto contínuo, fui retribuir a visita e encontrei um post curioso onde a autora escreveu um número imenso de palavras que diz não gostar. Assim, tentei misturar aquilo tudo e voltar a dar e o que me saiu foi algo que não abona muito em favor das tais palavras. Estão em itálico as palavras que a blogger disse que não gostava.


I.

Vou tentar assim por alto,
Mas não venho pedinchar
Isto é mesmo um assalto
Com estrupo e toca a andar.

Em primeiro, dou-te uma queca
E uma carga de porrada
Ficas podre e sem cueca
Ainda te corro à pedrada.

Gaja estás a perceber,
Ou queres desenho a caneta?
Hematomas pr’a doer
Ficas zarolha e perneta.

Vai preparando o jazigo
Ou queres a fossa comum?
Enterro não é comigo
Estoiro-te o fígado em jejum.

Depois piro-me na ganga
Deixo-te em espasmos no chão
Pareces um touro da tanga
Sangrando menstruação.

E num perpétuo prejuízo
Verto-te a bílis na estrada.
“- Pára com isso, tem juízo!
Acaba com a tourada”.

Sem sensibilidade ao apelo
Fracturo-te os joanetes
Esborracho-te, ficas um selo
Ou entremeada em filetes.

Por esta rima galopante
Já muita gente me insulta,
Esperem só mais um instante
No fim, pagarei a multa.

Sem açaime, nem grilheta
Aceito o malefício
Que é ser escravo da caneta.
São os ossos do ofício.

Mas tive que lancetar
O texto. E é por isso
Que chegou a azedar
E a parecer ser postiço.

II.

Neste dilúvio de ideias
Não coube amniocentese
As palavras são bem feias,
Concordo consigo, em tese.

Pelo roubo do seu post
E pelas ideias doidas
Quer você goste ou não goste
Não fique com hemorróidas.

Juro, não foi peculato
Misoneísta não sou.
Mas não atingi o desiderato
Pois ratívoro não entrou.

P’ra terminar em beleza
Aceite este bitaite
Continue, com firmeza!
Não aceite OPA ao site.


Ufa, imaginem se a Marianne tem referido mais uma dezena delas? Hoje não saía daqui.

Sem comentários: