terça-feira, agosto 18, 2009

1471. Bem-ditismos

Quando estou de férias a última coisa que gosto é de ser perturbado com sons que vão para além do dos passarinhos, do balido das ovelhas, do rolar das ondas na areia ou dos verdadeiros sons do silêncio, propícios à reflexão, que as calmas noites alentejanas me proporcionam, enquanto refastelado em faustas cadeiras espaldares ou espreguiçadamente deitado na rede a olhar o céu e a chuva de meteoritos. No entanto, condescendo, de vez em quando, alguns minutos do meu quieto direito à paz, ao barulho e ruído que os jornais e telejornais a transtornam. Quando ouvi na televisão que Isaltino de Morais foi condenado a sete anos de prisão por uma série de crimes (roubos?) que terá perpetrado, a notícia não me aqueceu nem me arrefeceu. Retirei-me e voltei aos meus longos períodos de reflexão. Eu não sei se o tal indivíduo é culpado ou não é. Não sou juiz e além disso o Dr. Isaltino recorreu pelo que, até que transite em julgado, não sou eu quem fará coro com os justiceiros da praça pública. Mas se ele pertence à canalha então que seja condenado. Porque a canalha existe e isto não é resultado de qualquer julgamento popular. Todos sabemos (são os mais importantes e relevantes Magistrados e Procuradores que o dizem) que existe uma canalha, um bando de vampiros que nos suga o sangue a cada minuto que passa. E choque a quem chocar terão um dia de o pagar. Seja em Oeiras, em Felgueiras, em Gondomar, em Alcochete, em Lisboa ou no Porto. Um dia, quem sabe, alguém possa ter umas mãos tão castas e tão limpas que nunca se sujarão a limpar o nosso país da canalhice. Benditas sejam.

PS. Um tal brasileiro Adhemar de Barros, em tempos que já lá vão, candidatava-se com o slogan “Adhemar rouba mas faz”. Infelizmente em Portugal também existe muita gente que apoia este tipo de políticos. Que façam algo e tudo lhes será perdoado. Mesmo que o façam à conta do nosso suor, quiçá do nosso sangue e quantas vezes das nossas lágrimas. Malditos sejam.

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