sexta-feira, novembro 19, 2010

1555. A minha cimeira

Um a um fui-os alinhando à minha frente. Fiz um risco no chão, o mais direito que fui capaz com a ponta de uma cana apanhada ali mesmo, no valado. Depois joguei fora a cana (não me lembro bem desta parte, se a joguei fora ou se a pus de lado). Continuei a alinhá-los, todos da mesma cor, camisa azul e calça cinzenta. Peguei na cana de novo (já sei, não a tinha jogado fora pois voltei a usá-la) e fiz um risco em frente ao outro. Mais tarde aprendi que se chamava paralelo. E alinhei os outros. As camisas eram vermelhas, tinham umas correias cruzadas em diagonal, brancas, sobre as camisas vermelhas. Alinhei-os em frente aos azuis. Todos tinham uma arma, alguns em riste, outros alinhada paralelamente, cá está, paralelamente, ao corpo. Mentira, não eram todos, um deles tinha um tamborzinho e outro, com umas bochechas gordas, tocava uma corneta. Atrás de cada fila alinhei os que montavam a cavalo. Também tinha cavaleiros com camisas vermelhas e outros com camisas azuis. Só que os que andavam a cavalo tinham espadas, não eram como os que andavam a pé. Da outra caixa tirei os canhões. Eram quatro e pu-los em cada uma das pontas das filas da frente. Não sei se eram aqueles os lugares deles mas também não me importei. Deixei ali mesmo os soldadinhos de chumbo e fui jogar à bola. Não gosto de guerra.

Foto e texto PreDatado 2010

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